um pensamento...

quarta-feira, novembro 22, 2006

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"Escrever é uma acção elementar, não deve ser reduzida a uma necessidade, nem elevada em importância."

um pensamento de Pierre Boulez

pequenos gestos...

quarta-feira, novembro 15, 2006

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Existe uma senhora que mora a cerca de 60km de mim, ela vem frequentemente visitar a minha mãe e, por diversos motivos, raramente consigo estar com ela, podem passar meses sem a ver. No entanto, essa senhora traz sempre, mas mesmo sempre, sem excepção, um saco de bombons para mim.
Não é pelos doces, mas a atitude dessa senhora, que nunca se esquece de mim, é algo único e adorável.
Quero ser assim...

Obrigado D. Madalena, a senhora mais doce que conheço, mais doce que qualquer bombom que me possa trazer.

When I heard at the close of the day

segunda-feira, novembro 13, 2006

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When I heard at the close of the day how my name had been
reciev'd with plaudits in the capitol, still it was not a
happy night for me that follow'd,
And else when I carous'd, or when my plans were accomplish'd,
still I was not happy,
But the day when I rose at dawn from the bed of perfect health,
refresh'd, singing, inhaling the ripe breath of autumn,
When I saw the full moon in the west grow pale and disappear
in the morning light,
When I wander'd alone over the beach, and undressing bathed,
laughing with the cool waters, and saw the sun rise,
And when I thought how my dear friend my lover was on his
way coming, O then I was happy,
O then each breath tasted sweeter, and all that day my food
nourish'd me more, and the beautiful day pass'd well,
And the next came with equal joy, and with the next at evening,
came my friend,
And that night while all was still I heard the waters roll slowly
continually up the shores,
I heard the hissing rustle of the liquid and sands as directed to
me whispering to congratulate me,
For the one I love most lay sleeping by me under the same cover
in the cool night,
In the stillness in the autumn moonbeams his face was inclined
toward me,
And his arm lay lightly arround my breast - and that night I
was happy.

Walt Whitman

Haiku

terça-feira, novembro 07, 2006

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Crepúsculo de Outono -
Escrevo com um dedo
No céu azul

Olivier Messiaen

segunda-feira, novembro 06, 2006

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Hoje gostaria de falar de um compositor que se tornou um dos pilares centrais da música do século XX. A sua influência foi altamente marcante em compositores desde a sua época até aos dias de hoje.
Olivier Messiaen, compositor francês, altamente católico, organista exímio, ornitólogo e pedagogo importante, ministrou nos cursos de verão em Darmstadt.

A obra que escolhi - Quartour pour la fin du temps (Quarteto para o fim do tempo), é, sem dúvida, a obra mais marcante da vida do compositor. Este conceito, de eternidade, e todo o seu simbolismo poético e religioso, é retirado do livro de Apocalipse (10: 1-7):
"Vi outro anjo forte descendo do céu, vestido de uma nuvem. Por cima da sua cabeça estava o arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo, e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra, e clamou com grande voz, como quando ruge o leão. Tendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes. E quando os sete trovões fizeram soar as suas vozes, eu ia escrevê-las; mas ouvi uma voz do céu que dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e não o escrevas. Então o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão direita ao céu, e jurou por Aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora, mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver prestes a tocar a sua trombeta, se cumprirá o mistério de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos." (tradução João Ferreira de Almeida, edição contemporânea)

As condições que Messiaen vivia durante a concepção desta obra eram, no mínimo, altamente invulgares. Escreveu o quarteto em 1940, enquanto prisioneiro de um campo de concentração em Silesia. O quarteto, constituido por violino, clarinete, violoncelo e piano, é, em si, uma formação invulgar para a época. Messiaen, na verdade, viu-se obrigado a escrever para esta formação por ser a única que tinha ao dispor no campo de concentração.

Por me ser inpossível de momento disponibilizar toda a obra, escolhi os dois últimos números.

Fouillis d'arcs-en-ciel, pour l'Ange qui annonce la Fin du Temps

Louange à l'Immortalité de Jésus (este descrevo apenas numa palavra: Sublime)

Interpretação:
Ensemble Walter Boeykens
Marjeta Korosek, violino
Walter Boeykens, clarinete
Roel Dieltiens, violoncelo
Robert Groslot, piano
Edição: harmonia mundi

Esta obra foi apresentada pela primeira vez em Janeiro de 1941, perante uma audiência de 5000 reclusos. O compositor retratou as condições memoráveis do concerto: "O frio era agonizante e os intérpretes tocaram em instrumentos danificados (o violoncelo tinha apenas três cordas e as teclas do piano desciam mas não subiam novamente)"

Um compositor que voltarei a mencionar certamente... Olivier Messiaen

o primeiro post, um breve tributo...

domingo, novembro 05, 2006

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como post de inauguração deste blog, quero apenas prestar homenagem aquele que considero o maior compositor de toda a História da Música Ocidental: Johann Sebastian Bach
a sua obra fala por si...

a vida

a ouvir:
o cravo bem-temperado, prelúdio IV, dó# menor.

o cravo bem-temperado, fuga IV, dó# menor.

Interpretação: Léon Berben

não posso deixar de referir que esta fuga, é uma obra-prima, tanto do ponto de vista auditivo/emotivo, como do ponto de vista analítico/contrapontístico...